domingo, 19 de dezembro de 2010

Afinal, para que servem os Totens ?

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No mês de Junho deste ano fomos surpreendidos, os soteropolitanos, com alguns novos elementos na paisagem de algumas de nossas praias. Eram os agora conhecidos como Totens Publicitários, que têm em seus corpos propagandas diversas, acompanhadas de informações como Temperatura Ambiente, Hora, Índice de Proteção Solar, e também de Sinal de Internet (para aparelhos que tenham a tecnologia sem fio – Wireless). Em alguns dos totens também foram instaladas câmeras de vigilância.

Estes totens já haviam sido instalados também nas cidades de Florianópolis e Rio de Janeiro. Aqui foram recebidos pelos jornais com algumas reportagens. Todas eram quase como cópias de releases da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (SUCOM).

Infelizmente aquelas reportagens não se interessam em investigar as mínimas informações que poderiam servir ao público. Como, por exemplo, questões técnicas a respeito da medida de proteção da pele contra os raios ultravileta. Os números 15, 30 ou 50 não aparecem a toa. E aquelas medições são baseadas em alguma norma? Seriam aferidas em determinados intervalos de tempo para saber se estão de acordo com o especificado por norma? Afinal de contas, aquela informação é uma questão de saúde.

Outra questão também pouco explicada, tanto pelos jornais, quanto pela SUCOM, é a respeito do monitoramento por câmeras de vigilância. Para a SUCOM em seu site na Internet os totens também garantem segurança justamente “por causa das câmeras que filmam o transito e toda movimentação num ângulo de 90° nas proximidades do aparelho”.


Quanto a este tema foram enviadas ainda no mês de junho algumas questões para a Assessoria de Comunicação da SUCOM. Discutiu-se a respeito da violação da privacidade das pessoas filmadas? Quem seria responsável por ver as imagens? Elas seriam gravadas, poderiam ser vistas por qualquer pessoa que as solicitasse?

A SUCOM respondeu:

A questão foi debatida, tendo sido decidido que as câmeras ficarão ligadas 24 horas, tendo como base o entendimento da SUCOM de que o interesse público (segurança e mobilidade) deve prevalecer sobre o privado. As câmeras serão instaladas em lugares estratégicos que possibilitem captar imagens especialmente em calçadas e ruas. Com o objetivo de preservar a intimidade das pessoas, não serão filmados os rostos das pessoas na areia da praia ou do mar.”

Não encontramos mais notícias dos totens até Outubro, quando o site de Samuel Celestino informa que o Ministério Público acionou a SUCOM por supostas irregularidades técnicas na contratação dos equipamentos. A SUCOM se defendeu no mesmo dia da denúncia explicando como se deu a contratação. E depois disso apenas silêncio.


Os totens estão hoje em funcionamento. Fizemos uma visita a alguns deles na área do Jardim de Alá, uma das praias de Salvador. Vimos dois deles com a existência de câmeras, apontadas para o tráfego da Avenida Octávio Mangabeira.

Aproveitamos o sábado de pouco sol e fomos ver o que a população acha dos totens.


Quem quiser informações “oficiais” a respeito dos totens pode ligar para os telefones 2201-6900 e 2201-6660 (SUCOM). Quem sabe, com sorte, os atendentes até consigam dar a senha para o uso da rede Wireless nos Notebooks pessoais ou Smartphones que por ventura levemos para a praia. Tentamos abrir a Internet lá na praia, mas não fomos felizes na empreitada.

Finalmente, uma das pequenas entrevistas que fizemos na praia nos fez perceber que na Bahia o importante é não se deixar estressar. Trouxemos a entrevista para aqueles que navegam por aqui tenham a mesma oportunidade que tivemos.


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Esta postagem foi construída coletivamente por Yuri Abreu, Carlos Baqueiro e Newton Magalhães, fazendo parte das avaliações da disciplina Telejornalismo na Era Digital, do Curso de Pós-Graduação em Jornalismo e Convergência Midiática, da Faculdade Social da Bahia.

Um comentário:

Vanessa Costa disse...

O grande problema foi de repente aparecer na orla de Salvador. e em outros pontos, como aqui na Garibaldi na praça nova (somos a cidade de praças), sem que ninguém informasse a população para que servia, qual o objetivo, etc.
Não sei se vocês percorreram por todos, mas, na Orla, muitos ainda não funcionamvam até 1 mês atrás, ou estavam desalinhados,algo do tipo...
Descobri ontem, que é possível acessar a internet. Assim como eu, a maior parte da população não sabe sobre isso.