quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Palestra sobre Movimento Punk - Participação do Público

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Oi,

Hoje coloco mais uma vez duas partes da vídeo-produção, gravada por mim mesmo, da palestra "O movimento punk numa historia do anarquismo no Brasil", que aconteceu dia 18 de setembro, no Centro de Cultura Social, em São Paulo. Essas partes de hoje são relativas ao momento em que se abriu a palestra para debate e exposição de opiniões.

Legal ouvir um pouco da história do anarquismo dos anos 80 e 90. Vejam ai e sintam um pouco do sabor da revolta Punk, nas palavras de gente que esteve ou ainda está dentro do movimento.

Vídeo abordando Ocupações Punks em SP, Anarco-Punks, Punks pelo Brasil, etc.

Abordagem sobre as interferências do movimento punk dentro do anarquismo

domingo, 26 de setembro de 2010

Imprensa e Convergência Midiática

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Nova postagem sobre o tema publicado aqui neste blog apenas na próxima Quarta-Feira.

Enquanto isto podem ver o trabalho laboratorial concluído hoje na disciplina Imprensa e Convergência Midiática, com Lia Seixas.

http://www.labjor.com/?p=150

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sociedade de Controle e Anarquia

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Na postagem anterior falamos de Edson Passetti com o qual marcamos uma entrevista para outubro próximo.

Passetti é Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP, Professor Assistente-Doutor do Departamento de Política da PUC-SP e Professor do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP.

Escreveu o livro Anarquismos e Sociedade de Controle, do qual retiramos alguns trechos, e transcrevemos abaixo.

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Na sociedade de controle o que poderia parecer diferente é semelhante, o avesso é cópia, a contundência é a conformidade na formalização. Assim, transitam trabalhadores eletrônicos de software e desempregados atendidos pelos efeitos da riqueza acumulada em serviços ou filantropias; faz-se aqui uma imitação do que se viu ali; a proliferação da contundência fashion de roupas, músicas, artes e estilos conforma-se ao elogio a uma existência múltipla, transitiva, efêmera que se torna incapaz de romper a programática, de irromper inventiva. Há múltiplas possibilidades de contestar para obter acesso à ordem. Trafega-se da contundência radical ao conformismo, mais de uma vez, por existência camaleônica. As cidades comportam seus centros descentralizados de produtividade, seus campos de confinamento e dormitórios, seus excessos populacionais, criminalidades em ascensão denunciadas pelas estatísticas sobre crescimento de violências e busca de qualidade de vida. As opções estão marcadas, para viver, trabalhar e viajar. Habitam, segundo os recursos materiais, condomínios fora das cidades (uma mesma periferia que aqui recebe um novo nome, que aparta e submete); pretendem acabar com epidemias originadas da insalubridade e que atravessam os cidadãos abarcando programas de saneamento em favelas, contando com a colaboração dos favelados — uma das formas de integrar o que aparta e submete.
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Resistir é um verbo que na sociedade de controle designa forças retrógradas, como as religiosas fundamentalistas, os terroristas do Oriente e Ocidente ou as políticas radicais. Tudo o que escapa da instituição da democracia representativa e midiática é alardeado como perigoso e autoritário, não como no passado, identificando e expondo razões adversárias, contudo agora desprezando, como se fossem inevitáveis entraves, mas incapazes de colocar a democracia em risco. Por certo, a democracia não é mais somente representativa. O recrutamento das candidaturas e do eleitorado também passa definitivamente pelos fluxos eletrônicos, incluindo o toque na própria urna para votar ou o sufrágio por meio do fluxo eletrônico, sem que o cidadão precise deslocar-se de sua residência, mais uma comodidade. No parlamento, na Internet ou na televisão interagem segmentos estratificados da população, políticos, âncoras jornalistas, comandantes de auditórios, regentes de programas temáticos, grupos em situações de risco, artificialmente criados visando fortalecer a estima, a força e a capacidade diplomática do indivíduo em programas diários ou semanais de televisão, enfocando liderança, sistema de privilégios e prêmio em dinheiro. Em todos eles exige-se a opinião do telespectador, sua participação. Ele que espia, se possível, diuturnamente a vida dos outros, no laboratório dos programas de TV e pelas notícias em cima do acontecimento. Internet e televisão passam a ser, neste caso, também locais de produção da verdade. O telespectador e o navegador estão sendo educados pela telerrealidade, alertou George Balandier. A democracia dos meios de comunicação, como também localizou Carlo Freccero, acaba funcionando como totalitarismo; não há respiração sequer para a reflexão, apenas o convite para participar e se filiar a uma corrente de opiniões.

domingo, 19 de setembro de 2010

Anarquismos, Sociedade de Controle, Punks...

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Estou em São Paulo. Revi companheiros anarquistas tanto do Centro de Cultura Social, quanto do Grupo Ay Carmella. No espaço do Ay Carmella um bom número de pessoas se reuniu hoje para iniciar uma "Outra Campanha". Um dos objetivos dessa Campanha alternativa, segundo pequeno panfleto distribuído pela Organização Popular Aymberê, é:

- Colocar o Poder Popular como horizonte a ser perseguido, mas que se materializa na ação cotidiana, na medida em que consolidamos mecanismos de poder e de decisão a partir do próprio povo. A Outra Campanha deve servir de escola para o Poder Popular.

Consegui marcar para outubro uma entrevista com Edson Passetti, pesquisador do tema sobre Sociedade de Controle (falo mais sobre ele e suas pesquisas na próxima postagem). Também, em conversa com membros do CCS, me foram dadas algumas sugestões para estudo sobre o tema deste blog. Nildo Avelino, por exemplo, sugeriu que eu fizesse uma visita a grande favela de Heliópolis para perceber como o novo projeto urbanístico daquele bairro paulistano consegue ser um belo exemplo de controle através da arquitetura das ruas (evidência do panoptismo ???). Em outubro estarei novamente em São Paulo e tento fazer uma visita.

Foi também no CCS que participei da palestra "O movimento punk numa historia do anarquismo no Brasil", que ocorreu ontem, dia 18, a tarde. Filmei a palestra e deixo ela aqui disponível. Esta semana quando retornar a Salvador faço uma edição da participação bem ativa da "platéia" e deixo também aqui no blog, se o áudio tiver ficado legal.

Um abraço e até quarta-feira.

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Sociedade vai resistindo diante do Panóptico

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"O Google está observando você"

Este blog vai fazer um ano de vida. Ele nasceu junto com a ideia de construir algo para, além de informar sobre questões acerca do tema Vigilância e Controle Social, construir conhecimento para um possível vídeo-documentário.

E esta ideia surgiu de um artigo proposto pelo professor da disciplina Novas Tecnologias no curso de Convergência Midiática dentro do qual estou participando.

Em uma das partes do artigo eu abordava as possibilidades de resistência a toda parafernália tecnológica de vigilância, que tanto o Estado, quanto a iniciativa privada se utilizam para bisbilhotar nossas vidas. Hoje, por exemplo, recebi a notícia de que o banco de dados da empresa que trabalho e o do TSE agora vão "conversar" e já é possível se saber se votei ou não nas próximas eleições, sem que seja necessário que eu leve o recibo de votação para confirmação do tal voto na secretaria da empresa.

Sobre a possível resistência eu escrevi no artigo:

Além de tudo, não podemos deixar que o medo, a insegurança, e os discursos policialescos em prol da eficiência da segurança, tomem conta da política pública e se permita uma vigilância generalizada em torno das ações individuais. Na revista norte- americana Popular Mechanics, já citada neste artigo, em reportagem intitulada “Sociedade da Vigilância: Novas Câmeras High-Tech Estão Observando Você”, lembra pesquisa efetuada entre os norte-americanos em julho de 2007 onde 71% dos entrevistados eram a favor do aumento de vigilância eletrônica através de câmeras.
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Segundo a revista já eram estimadas, naquele momento da publicação, 30 milhões de câmeras em redor dos Estados Unidos. E finaliza: “Os americanos estão sendo observados. Todos nós. Em quase todos os lugares”. Um dos entrevistados na reportagem chega a dizer que “nós estamos entrando na era da vigilância a qualquer preço”, lembrando ter visto uma placa de advertência em uma pequena pizzaria: “Pare de roubar os frascos de temperos! Nós sabemos quem é você, nós temos vigilância 24 horas!”

Então é isso. Ontem e hoje, nos noticiários sobre tecnologia, pudemos ver um bom exemplo de resistência a todo esse discurso de progresso que quer passar por cima de tudo. Segue matéria do portal da Abril.com.

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O governo tcheco se recusou a autorizar o Google a coletar informações para nutrir a ferramenta Street View no país. As fotografias já tiradas pela empresa poderão ser utilizadas, mas a utilização de novos dados terá que ser negociada.
O Google tem sofrido ataques de diversos países preocupados com uma possível ameaça à privacidade representada pela função.

Hana Stepankova, representante do governo tcheco, disse em entrevista ao “BBC News” que haviam preocupações em relação a legalidade das ações da companhia, mas que negociações estavam em curso para que a coleta de dados pudesse se feita de acordo com as leis locais.

Segundo um porta-voz do Google, a empresa tem certeza de que opera na legalidade: “implementamos procedimentos rigorosos para proteger a privacidade, como o uso de ferramentas para embaçar rostos e placas de automóveis”.

A decisão tomada na República Tcheca é mais um caso de uma onda de acusações que a gigante da tecnologia tem sofrido. Em maio deste ano, a empresa admitiu a coleta de informações pessoais indevidas durante o processo de captação de dados.

Desde então diversos governos têm enfrentado o Google nos tribunais. Alemanha, Itália e Estado Unidos são alguns deles. Recentemente, um tribunal no Reino Unido absolveu a companhia, tachando como insignificantes os detalhes pessoais adquiridos.

domingo, 12 de setembro de 2010

Vigilância Trágica e Cômica

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Deixo aqui postado hoje um vídeo encontrado no site da Vimeo. O vídeo conta a história de uma mulher que se torna histérica com a vigilância contínua e cotidiana.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vigilância pelas Câmeras

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Reportagem do Jornal Em Cima da Hora, do Canal Globo News, do dia 07 de Janeiro de 2010.

Nela o repórter Rafael Coimbra faz um pequeno resumo sobre como as câmeras se inserem em nosso mundo atual, e, de uma forma aparentemente isenta, revela o que vem junto com ela de útil (combate a criminalidade) e de ruim (invasão de privacidade).

domingo, 5 de setembro de 2010

Todo mundo quer saber onde você está

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Os autores do livro O Futuro da Memória defendem a gravação e arquivamento integral de nossas vidas como algo positivo. Em prol de nossas saúdes um médico poderia, por exemplo, acessar o que comemos durante a semana para dar um diagnóstico sobre uma baita de uma dor de barriga que tivemos no fim de um Domingo.

Os professores poderiam ajudar os alunos verificando online (com a ajuda de algum software inteligente) suas notas e avaliações durante os últimos anos.

O seu supervisor, no trabalho, quem sabe, poderia ajudar você a encontrar uma maneira mais eficiente de se movimentar e ganhar tempo no que você trabalha.

O Governo, sempre interessado no seu bem estar (tsc, tsc, tsc), estaria apto a por as mãos nos seus "arquivos" da adolescência para saber suas possíveis reações quanto ao próximo programa econômico que será lançado e propagado a partir das redes sociais.

E por ai vai.

Estamos longe disso ? Infelizmente não.

Os aparelhos de GPS (geolocalização) estão em toda a parte, em muitos celulares. E do mesmo jeito que facilita sua chegada em algum local, também pode ser utilizado por hackers, empresas, família para localizar você, e saber se você está mesmo fazendo o que disse que ia fazer.

Câmeras de Vigilância espalhadas pela cidade (agora com softwares inteligentes para reconhecimento de face) podem arquivar seu passeio em algum shopping center da cidade, servindo tanto para lhe dar um álibe, quanto para lhe incriminar de alguma forma, sob algum objetivo.

Os dados que vamos injetando no Twitter, Orkut, Facebook, podem ser compliados e arquivados, e posteriormente transformados em perfis de consumo, religiosos, ou de alguma alteração psicótica, etc. O próprio diretor do Facebook já declarou que o "paradigma" da privacidade não serve mais ao mundo em rede. "Estamos construindo uma internet onde o padrão é ser sociável", decretou Mark Zuckerberg. Mas teve de dar um passo atrás porque os usuários não viram a ideia tão boa assim.

Vejam, apenas como pequeno exemplo, a notícia abaixo, para perceber a quantas andam essas questões de invasão de privacidade.

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Localização geográfica divulgada na internet, ou em celulares, pode ser usada de forma indevida. Como aconteceu este ano com um jogo para smartphones, que tinham o sistema operacional Android. O famoso “jogo da cobrinha” tinha apenas um problema: os dados eram passados para um servidor, que copiava a localização do usuário e mandava para os hackers.
Além dos aplicativos, as redes sociais de localização geográfica também estão se integrando aos smartphones. Com isso, o usuário pode acessar as redes através desses dispositivos.

Apesar do crescimento no número de pessoas que estão entrando nas redes de geolocalização (Facebook, Foursquare e Gowalla, por exemplo), algumas das críticas a esse tipo de serviço ainda caem na questão da privacidade.

Este mês foi divulgado um estudo que aponta números sobre a utilização das redes sociais de geolocalização. Segundo a pesquisa feita pela Loopt, rede social móvel que permite ao usuário visualizar localização de amigos, e publicada no site R7, pessoas nascidas depois de 1981 são as que mais usam aplicativos de geolocalização, pois são menos exigentes com a privacidade.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Simulacro...

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Sinto, de vez em quando, navegando pela Internet que ela pode estar se transformando num espelho do que é a nossa sociedade.

Sociedade do espetáculo que festeja o visual, a imagem... mas não qualquer imagem. Somente aquelas que não obstaculizem o fervor consumista. E, apropriando-se, às vezes, até mesmo daquelas imagens que contestam esse fervor: caso clássico da imagem Punk, apenas para exemplificar. Até tranformá-la no que deseja, aniquilando a idéia original de resistência.

Para estarmos de bem com esta sociedade temos de estar por dentro da moda, das novelas da Globo, da mais nova cantora americana, dos números da Megasena acumulada...

Hoje, na Rede Mundial Internética, da mesma forma que na TV, as imagens e informações podem passar tão rapidamente e em quantidades tão absurdas que não fica muita coisa na memória de quem navega. Aliás, para que memorizar se amanhã começa tudo de novo. Isto não é feito por acaso.

Amanhã tem espetáculo ? Tem, sim senhor ! É o velho pão e circo que continuam a domesticar as mentes humanas.

As imagens de lutas de gladiadores, e todo o Coliseu aos gritos, dos Autos da Fé, na Inquisição, com a população cheirando a carne queimada dos hereges, dos berros de Hitler sobre toda uma massa inerte, transferiram-se para as telas dos modernos monitores de LCD.

Tudo bem vigiado. "Nossos" gostos e desejos vão sendo monitorados por "cookies" e vão se tranformando em tendências. E assim, essas tendências vão fortalecendo cada vez mais "nossos" perfis de alienação e estupidez.

Dissimuladamente, nossa vida se torna a imagem da simulação e da audiência. Somos o produto dos desejos de outros. Somos as peças do quebra-cabeça que vão se encaixando...

Mas Morpheus continua a atormentar a mente de todos, com a mesma questão. O que escolher:

A Pílula Azul ou a Vermelha ?