domingo, 5 de setembro de 2010

Todo mundo quer saber onde você está

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Os autores do livro O Futuro da Memória defendem a gravação e arquivamento integral de nossas vidas como algo positivo. Em prol de nossas saúdes um médico poderia, por exemplo, acessar o que comemos durante a semana para dar um diagnóstico sobre uma baita de uma dor de barriga que tivemos no fim de um Domingo.

Os professores poderiam ajudar os alunos verificando online (com a ajuda de algum software inteligente) suas notas e avaliações durante os últimos anos.

O seu supervisor, no trabalho, quem sabe, poderia ajudar você a encontrar uma maneira mais eficiente de se movimentar e ganhar tempo no que você trabalha.

O Governo, sempre interessado no seu bem estar (tsc, tsc, tsc), estaria apto a por as mãos nos seus "arquivos" da adolescência para saber suas possíveis reações quanto ao próximo programa econômico que será lançado e propagado a partir das redes sociais.

E por ai vai.

Estamos longe disso ? Infelizmente não.

Os aparelhos de GPS (geolocalização) estão em toda a parte, em muitos celulares. E do mesmo jeito que facilita sua chegada em algum local, também pode ser utilizado por hackers, empresas, família para localizar você, e saber se você está mesmo fazendo o que disse que ia fazer.

Câmeras de Vigilância espalhadas pela cidade (agora com softwares inteligentes para reconhecimento de face) podem arquivar seu passeio em algum shopping center da cidade, servindo tanto para lhe dar um álibe, quanto para lhe incriminar de alguma forma, sob algum objetivo.

Os dados que vamos injetando no Twitter, Orkut, Facebook, podem ser compliados e arquivados, e posteriormente transformados em perfis de consumo, religiosos, ou de alguma alteração psicótica, etc. O próprio diretor do Facebook já declarou que o "paradigma" da privacidade não serve mais ao mundo em rede. "Estamos construindo uma internet onde o padrão é ser sociável", decretou Mark Zuckerberg. Mas teve de dar um passo atrás porque os usuários não viram a ideia tão boa assim.

Vejam, apenas como pequeno exemplo, a notícia abaixo, para perceber a quantas andam essas questões de invasão de privacidade.

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Localização geográfica divulgada na internet, ou em celulares, pode ser usada de forma indevida. Como aconteceu este ano com um jogo para smartphones, que tinham o sistema operacional Android. O famoso “jogo da cobrinha” tinha apenas um problema: os dados eram passados para um servidor, que copiava a localização do usuário e mandava para os hackers.
Além dos aplicativos, as redes sociais de localização geográfica também estão se integrando aos smartphones. Com isso, o usuário pode acessar as redes através desses dispositivos.

Apesar do crescimento no número de pessoas que estão entrando nas redes de geolocalização (Facebook, Foursquare e Gowalla, por exemplo), algumas das críticas a esse tipo de serviço ainda caem na questão da privacidade.

Este mês foi divulgado um estudo que aponta números sobre a utilização das redes sociais de geolocalização. Segundo a pesquisa feita pela Loopt, rede social móvel que permite ao usuário visualizar localização de amigos, e publicada no site R7, pessoas nascidas depois de 1981 são as que mais usam aplicativos de geolocalização, pois são menos exigentes com a privacidade.

2 comentários:

Oliveira disse...

Concordo com a referência do autor sobre os "nascidos após 1981" não considerarem a privacidade como balizadora nas decisões de utilização das ferramentas tecnológicas. Acho que com relação a isto o senso crítico dos "mais antigos" é mais atuante.

FEDERAÇÃO OPERÁRIA DA BAHIA disse...

è um verdadeiro desafio pois é notório que a internet sempre focou os seus mecanismos para utilização de espionagem e agora com a globalização e expansão da acessibilidade a internet é obrigada a discutir seus mecanismos para garantir sua existência e esabilidade econômica pois todo usuàrio gosta de privacidade.