domingo, 3 de outubro de 2010

Pacificando as Cidades

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O texto que segue é encontrado na sua totalidade no Boletim eletrônico mensal do Nu-Sol - Núcleo de Sociabilidade Libertária.

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No Brasil, certos candidatos às eleições de 2010 lançam mão da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) como “sinônimo de ação que pode dar certo”.
Na América do Norte e na Europa fortalecem-se, desde 2008, as “Unidades Territoriais de Bairro (UTB)”, atualmente denominadas “Brigadas Especializadas de Terreno (BET)”, adaptações francesas da community policing, executadas em Chicago e Londres.
Autoridades governamentais, à direita e à esquerda, proclamam: “queremos uma sociedade respeitosa e não uma sociedade rígida, violenta, brutal e egoísta”!
Reconhecem que o cidadão deixa de ser uma ficção, quando o sujeito de direito caminha para se tornar o “indivíduo portador de direitos de uma igualdade formal, rumo à igualdade real”, ou seja, quando se dispõe a cuidar de si e dos outros.
Este cidadão “evoluiu” no interior das lutas de minorias, e reinscreveu o universal na pluralidade e na multiplicidade das demandas identitárias, relacionadas umas às outras. Ele reconhece suas vulnerabilidades específicas e a interdependência das necessidades.
A expansão do pluralismo político em cada indivíduo ampliou o leque de escolhas racionais em variadas organizações da sociedade civil, para além das arregimentações partidárias.
É uma realidade neoliberal em função da cooperação e do bem comum, não apenas como sistema de governo de Estado e dos indivíduos. Todos devem cuidar de si e dos demais, porque todos dependem de algo, e para obtê-lo, de modo seguro, devem pautar suas condutas por meio da tolerância e da confiança de uns nos outros pela difusão da transparência.
A educação de cada um como capital humano, apesar da crise que eclodiu no sistema financeiro em 2008, não teve sua racionalidade abalada.
Os chamados países emergentes, como o Brasil, almejam despontar como potências do século XXI. Orientam-se com base na política participativa, na economia sustentável com responsabilidade sócio-ambiental, na variedade de direitos e em segurança modulada por cada cidadão e pelas tecnologias de informação e comunicação.
A expansão do pluralismo político propiciou o pluralismo policial, projetando o sujeito cosmopolita real.
Em poucas palavras: o súdito passou a ser cidadão e este a sujeito portador de direitos; em suma, permanece amando a sua condição e aspirando a uma “evolução” dentro da ordem.
Ele, ou ela, não se rebela contra a sujeição e amplia suas condutas como assujeitado, um amante das melhorias, na sua condição inquestionável de vida. Sobrevive como força reativa, exercitando a apatia ativa e conformando-se como um policial de si e dos outros.

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3 comentários:

Núcleo sindical Federação Operária da bahia disse...

Acho mesmo que o Brasil se preocupa muito mais com a visão que se vende lá fora do que dentro do próprio país ou dentro de uma pequena comunidade ou bairro. Já é notório que o brasil copia ou tenta buscar uma referência no modelo de vida norte-americano a décadas,a que buscar inspirações no continente sul-americano como venezuela, cuba ou países comunistas do leste ou da Europa.
Porrada no cidadão e mentira na televisão.

Lucas disse...

por aqui tudo bem. Quanta coisa nova no blog, verei com calma, um fraterno abraço!

Anônimo disse...

ALIMENTE UMA CRIANÇA TODO DIA. DÊ A ELA A SENSAÇÃO DE SEGURANÇA, COM MUITA POLÍCIA EM SEU REDOR. CONSTRUA UM PARQUINHO PARA QUE ELA POSSA BRINCAR. PRONTO.
ESSA É A RECEITA DE CONTROLE PERFEITA.

ass.: DELEUZE DA ROCINHA :-)