quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Conversa com Ana Godoy (Continuação)

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A conversa com Ana Godoy, já apresentada na postagem anterior, de domingo passado, começa a partir da leitura de parte do seu artigo "A Armadilha na Espessura do que se diz..." (também referido no post anterior). Segue o trecho:
As técnicas de produção e dominação tal como coloca Foucault, não operam somente no sentido de “submeter as subjetividades às práticas divisórias, disciplinares, individualizantes e normalizadoras”, mas o fazem, contemporaneamente, em função de um novo dispositivo de controle – a democracia participativa – que reconhece direitos e determina práticas estabelecendo a legitimidade das falas em torno da produção de um consenso, de um único mundo possível, obtido no debate, tão incessante quanto insistente, de opiniões.
Desta forma, os esquemas de legitimação ganham brilho renovado nas sociedades de controle em que a democracia participativa se explicita na democratização crescente do instrumento de acionamento e produção da opinião: a informação. O que agora interessa regular é a informação, o conhecimento e a comunicação para extrair o máximo de criatividade. O correlato das sociedades de controle é o controle da produção imaterial, passamos assim “das estratégias de interceptação de mensagens ao rastreamento de padrões de comportamento”.
Nos dois vídeos a seguir ela aborda o funcionamento da Sociedade de Controle a partir da modulação de corpos pela via da opinião e dos fluxos de informação. E deixa clara sua visão bem heterodoxa sobre possíveis resistências no âmbito desta Sociedade.

A Opinião antes que um exercício político é uma prática de polícia,
no sentido em que concerne a distribuição dos corpos segundo modos
de ver, dizer, sentir e pensar.

Se o alvo é a existência, valeria perguntar como inventar existências
potentes o bastante para escapar às tecnologias do controle ?

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei.

"A gente está sempre atrás de receitas: prá remédio, prá uma vida tranquila ou prá resistir".
Cada local, cada grupo, deve escolher sua forma de resistir. De acordo com suas possibilidades.

bjs,

Bia

Anônimo disse...

O ETERNO DILEMA HUMANO. SE CONFORMAR OU RESISTIR E SE REBELAR CONTRA O CONTROLE IMPOSTO NÃO SÓ PELO ESTADO, MAS PRINCIPALMENTE PELOS PRTÓPRIOS PRECONCEITOS DA SOCIEDADE.

HÁ PESSOAS QUE CONCORDAM EM QUE SE CONFORMAR DÁ MAIS SEGURANÇA. MAS INFELIZMENTE ESSA SEGURANÇA VEM COM O INGREDIENTE DA ALIENAÇÃO.

DIL PUNX-SP