quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Novas Narrativas para uma Reportagem Audiovisual

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O texto a seguir faz parte de um pequeno artigo (6 páginas) produzido para a disciplina Telejornalismo na Era Digital, no Curso de Pós-Graduação de Jornalismo e Convergência Midiática. O link ao final deste texto leva ao artigo completo.

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André Lemos usou o termo Liberação do Pólo Emissor para demonstrar o quanto novas tecnologias do mundo da informática conseguiriam trazer uma maior democratização nas comunicações. Antes da Internet (blogs, chats, redes sociais) as comunicações no mundo real ocorriam através de mídias controladas, ou por grandes corporações, ou pelo Estado. Pouco, muito pouco mesmo, sobrava para alguma comunicação pública alternativa, ou comunitária.

Até início dos anos 2000 a tendência de concentração de poder nas mãos de poucas empresas era indubitável. Hugh Hewitt mostra como em um intervalo de tempo de 20 anos poucas corporações conseguem aquela concentração. Não seria difícil confirmarmos aquela informação ao nos depararmos com o fenômeno de concentração que ocorre no próprio Brasil. Mesmo dentro da própria Internet podemos compreender isso.

Em meados dos anos 90, aqui na Bahia, tínhamos vários provedores pipocando para oferecer serviços de acesso à Internet. Era o período em que tínhamos que nos contentar com velocidades de transmissão de dados de 9.600 bytes por segundo (bps). Apenas como exemplo é possível se lembrar da “E-Net” e da “Servnet”. Até o final dos anos 90 aquelas pequenas empresas regionais foram pouco a pouco sendo fechadas e/ou devoradas pelas grandes empresas de comunicação já existentes.

Globo, UOL, Terra... Todas tentando iniciar novo oligopólio nas novas formas de comunicação, na World Wide Web. Tanto como provedores de sinal quanto como provedores de informação através de seus portais que abocanhariam a maior parte da audiência na Internet, como já o fizeram com as outras mídias, tanto eletrônicas (TV e Rádio) quanto com os meios de comunicação impressos.

Pelo mundo a fora se pode perceber a mesma concentração. A Viacom, por exemplo, consegue, com outras poucas empresas, deter boa parte do provimento de comunicação e informação: desde lojas de empréstimos de fitas VHS e depois DVD e Blue-Ray, passando pela propriedade de estúdios de cinema, indo até a possibilidade de construção de identidades através de canais de TV conhecidos mundialmente, como o MTV.

Da mesma forma que acontecera quando do aparecimento do Rádio, da TV, da TV a Cabo, a aparente democratização que a Internet traria para os meios de comunicação começava a se dissolver devido tanto à formação dos monopólios dentro do mundo da informática (Microsoft, Google, IBM), quanto da dificuldade de inserção e construção de espaços dentro da rede. As ferramentas de construção de sites, por exemplo, eram privilégio de iniciados em linguagens não muito fáceis de digerir como o HTML.

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