domingo, 23 de janeiro de 2011

Mídia & Controle Social II

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Qual seria o objetivo de mídias alternativas às atuais mídias de massa, propriedades de poucas famílias ou corporações?

Talvez mostrar como as elites dominantes criam e manipulam aquelas mídias ao seu bel prazer contra as classes trabalhadoras. Quem sabe para apresentar um outro discurso sobre a mídia de massa ao qual a maioria das pessoas não está acostumada a ler ou ouvir. Serviriam também, por exemplo, como espaço criativo, onde estudantes e profissionais da área de comunicação, poderiam compreender certos aspectos que envolvem a natureza dos meios de comunicação de massa, como, por exemplo, sua influência sobre a população, como formadora de opinião.

Nestes espaços poderemos discutir, por exemplo, de que forma a mídia de massa serve de mecanismo de difusão ideológica, como esclarece o sociólogo Pierre Ansart : “De fato, uma ideologia sistemática será incessantemente difundida por esses grandes mediadores dos significantes políticos, ideologia conforme a estrutura da propriedade, incitando à conformidade com a ordem estabelecida e a ver a política como um espetáculo pouco sério”.

Ou debater, também, porque aquela mesma mídia de massa se encontra do lado dos poderosos, cujos interesses, segundo o historiador francês Georges Duby, “encontram-se servidos por modelos ideológicos mais bem armados que os outros, e geralmente dão-se ao luxo, na medida em que sua superioridade material lhes parece mais segura, de encorajar as inovações no campo da estética e da moda. Contudo, no fundo delas próprias, mostram-se atentas a se defender contra todas as mudanças menos superficiais que poderiam vir a colocar em questão os poderes e vantagens que detêm”.

É possível evidenciar as posições acima descritas, por parte de quem domina a sociedade em que vivemos, a partir da compreensão do que fazem as mídias de massa em determinados momentos da vida urbana. Durante uma greve, por exemplo.

Ali, podemos perceber, em qualquer pesquisa que fizermos, quanto mais radicais as movimentações, mais tendenciosas são as respostas das mídias de massa, e de seus interlocutores, os jornalistas.

Talvez por temor de que aquele tipo de luta permita que se rompa o véu da alienação social, revelando o caráter superficial e dissimulado das ações e discursos dos “dias comuns”, mesmo que temporariamente.

Pois aquele tipo de luta tende a permitir que os sujeitos, que dela participam, adquiram a partir da sua experiência, e do emaranhado de discursos produzidos dentro dela, a capacidade de produzir novas ações, novas significações e de enfrentar criticamente os discursos entre os quais circulam, levando-os a serem donos de sua própria voz.

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Texto reproduzido do blog Mídia Rebelde de 29 de Fevereiro de 2008

Um comentário:

Anônimo disse...

MARAVILHA.
DITO E FEITO.
SIMPLES E DIRETO.

PARABÉNS.

VERA - FLORIPA