As informações abaixo e o gráfico acima fazem parte do trabalho chamado "Measuring the Effects of Video Surveillance on Crime in Los Angeles", produzido por California Research Bureau.
Os índices de criminalidade, a vídeo-vigilância e seus gastos na Califórnia
Enquanto a utilização da video-vigilância pela aplicação da lei aumentou, a criminalidade em geral na Califórnia manteve-se relativamente estável, e, em alguns casos, diminuiu. Em 2006, o estado teve 518 crimes violentos e 1.889 crimes contra a propriedade por 100.000 habitantes (California Department of Justice, 2006). Em comparação com outros estados, a Califórnia se classifica em 25º lugar na taxa de criminalidade por 100.000 habitantes (United States Department of Justice, 2005).
A taxa de crimes violentos na Califórnia aumentou 1,2 por cento em 2006, este foi o primeiro aumento em 13 anos (California Department of Justice, 2006). Em contraste, a taxa de crimes contra o patrimônio tem aumentado continuamente desde 1999.
A prevenção da criminalidade continua a influenciar tanto as mentes da população quanto o orçamento do Estado. Uma pesquisa feita em 2006 pela Ralph Lewis Goldy e Centro Regional de Estudos Políticos da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), indicou que o crime foi o segundo assunto mais importante entre os moradores do sul da Califórnia neste ano (SCS Fact Sheet 2006).
Imaginando, como gostam de fazer historiadores da Idade Média, que a partir do ano 2001 a quantidade de câmeras de vigilância têm se multiplicado nas cidades americanas, além de ter a evidência de que crimes contra a propriedade aumentaram e se estabilizaram, conforme o gráfico mostra, é possível identificar um descolamento entre vigilância e criminalidade. Ou seja, não é necessariamente o aumento da quantidade de câmeras pelas ruas que vai diminuir a criminalidade.
Mas por uma questão de simplificação, falta de informações, ou seja lá o que for, a população parece se afeiçoar tanto à vigilância, quanto ao controle construído através delas. A mídia deveria ter um papel de informação, mas pouca coisa é dita de forma criteriosa nas programações das TVs e rádios, ou nas páginas das revistas e jornais.
O pouco que se vê aparece com contextualizações direcionadas, frequentemente em apoio às ações de controle. Deixamos aqui hoje um exemplar de uma reportagem que exemplifica o modo mais comum de como as grades de programação televisivas abordam o tema da Vigilância.
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2 comentários:
Olá, Carlos,
Estou começando um trabalho sobre Deleuze aqui na UESC. Suas entrevistas estão sendo bem proveitosas. Manterei contato.
sds, Allan Caldas
É interessante ver as pessoas satisfeitas com as câmeras direcionadas para elas.
Vejam o que Etienne de La Boétie fala sobre a Servidão Voluntária:
"É estranho que dois, três ou quatro se deixem esmagar por um só, mas é possível; poderão dar a desculpa de lhes ter faltado o ânimo. Mas quando vemos cem ou mil submissos a um só, não podemos dizer que não querem ou que não se atrevem a desafiá-lo.
Como não é covardia, poderá ser desprezo, poderá ser desdém? Quando vemos não já cem, não já mil homens, mas cem países, mil cidades e um milhão de homens submeterem-se a um só, todos eles servos e escravos, mesmo os mais favorecidos, que nome é que isto merece? Covardia?".
bjs, Bia.
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