O texto abaixo é parte de artigo que
criei para a disciplina Jornalismo Online,
em Pós-Graduação Convergência Midiática
na Faculdade Social da Bahia (FSBA).
Os autores do livro "O Futuro da Memória: Total Recall" (que fala sobre a possibilidade de guardarmos tudo, literalmente tudo, que acontece com a gente a partir de uma Memória Integral, possível devido às novas tecnologias de gravação e armazenamento de informações) podem ser encaixados sem muita dificuldade entre os integrados de Umberto Eco. Dentro do próprio livro temos evidências dessa posição. Embora, dentro do texto, possamos encontrar um certo viés crítico, nos capítulos finais, ele é posto de uma forma tão tecnicista que se dissolve na envolvente retórica utilizada na sua construção.
Os autores vêm as falhas do sistema apenas como “bugs” que podem ser consertados, ou superados. Exemplificando como um dos “bugs” da Revolução Industrial a poluição. Se aqueles problemas não podem ser eliminados ou consertados, então devemos nos adaptar a eles.
Sou um tecnologista, e não um ludista. Portanto, deixarei discussões abstratas sobre se devemos nos voltar para o passado para outros. A Memória Integral é inevitável, independentemente dessas discussões.
Mesmo assim eles assumem e refletem sobre aqueles “bugs”. Como no caso de todas as nossas futuras “e-memories” se deteriorarem ou se perderem. A superação se daria da mesma forma que conseguimos construir backups de discos rígidos hoje. Seria desejável a existência de cópias de nossas memórias eletrônicas em servidores espalhados geograficamente. Ou seja, os dados sobre toda nossa vida estariam em rede, com links efetuados tanto de casa, quanto da escola, quanto do trabalho.
Aliás, falando nessas redes, esta seria outra questão que eles mesmos colocam com relação à Memória Integral. Existindo dados “nossos”, tanto em casa, quanto na empresa em que trabalhamos, por exemplo, a quem realmente pertenceriam as informações gravadas ? Isto é, a quem pertenceriam, por exemplo, “minhas” memórias “gravadas” na empresa onde trabalho em que estivessem entrelaçados assuntos referentes a meus projetos profissionais e minha vida pessoal ?
A este questionamento podem-se somar aqueles referentes ao fato de que estaremos sendo “gravados” por um emaranhado de câmeras e microfones, tanto de amigos, colegas de trabalho, quanto de desconhecidos. Os autores consideram essa situação também como irremediável e põem como opção a nossa adequação a “aprendermos” a ser gravados:
“O mundo já está se adaptando a ser gravado... Então como nos adaptaremos a ser gravados ? Passaria a ser um vale-tudo ? Haverá leis restringindo essa prática ?”
3 comentários:
hmmm ! eu queria escrever uma coisa, mas esqueci. :-)
tendo tempo comento. João
ps. vamos matar o patinho carente.
adama disse,
esqueceram de avisar:
o pato (com laranja!) estava uma delícia...
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