quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vigilância e Construção de Perfis de Comportamento

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"Nos últimos 40 anos, aproximadamente, vemos crescer vertiginosamente a capacidade de monitoramento e coleta de dados sobre indivíduos em diversos setores: trabalho, habitação, consumo, saúde, comunicações, deslocamentos, segurança, entretenimento, vida social, vida privada, etc. Essa bulimia de dados individuais é notável também na proliferação de tecnologias que já incluem em seu funcionamento mecanismos de monitoramento e coleta de dados individuais: cartões de crédito e de fidelidade, telefonia móvel, etiquetas RFID, cartões de transporte, sistemas de geolocalização por satélite, navegações e buscas on-line, participação em redes sociais, jogos ou ambientes colaborativos na Internet etc. Os sistemas de informação e comunicação da cibercultura se tornam tecnologias de vigilância potenciais. Lessig (1999), interrogado sobre o que há de novo na vigilância da era computacional, responde que é a facilidade de estocar e recuperar informações que derivam do monitoramento cotidiano das ações dos indivíduos".
O texto acima faz parte dos estudos da Professora Fernanda Bruno, da UFRJ.

É possível encontrar discurso semelhante ao utilizado por ela no filme Controle Absoluto. Ali uma máquina se torna independente das ordens humanas (ver também Geração Proteu). Louca em defesa da constituição americana, como um MPU Cibernético, a tal máquina consegue, a partir de dados digitalizados encontrados em todos os locais possíveis, controlar determinadas pessoas, prevendo suas ações e manipulando-as no caminho de seus objetivos.
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Em resenha na Internet alguns dizem ser uma ficção futurista sem compreender que todo aparato e dispositivos mostrados no filme já estão a disposição dos governos e de grandes empresas (e também de indivíduos solitários).

Câmeras inteligentes em metrôs já podem "prever" se algum indivíduo vai tentar o suicídio. Compras de cartão de crédito deixam claro até mesmo opções sexuais. Informações do Orkut ou Facebook permitem identificar comportamentos de grupos, de simples torcedores de times de interior a terroristas.

No filme, felizmente, os mocinhos vencem. Indicando que sempre é possível resistir.

6 comentários:

diego disse...

olá Baqueiro, é o Diego (anarcopunk.org)
Infelizmente a realidade que aponta é em meu ponto de vista algo muito latente que está acontecendo mesmo. Mas acredito que da mesma maneira que os mecanismos de controle se proliferam, a ideia do "burlar" e de saber entender as novas regras do grande jogo chamado "estado" vão se alterando tbm.

Aprendemos como "fazer" o que queremos assim como aprendemos a falar esse dialeto da internet, eh facil e estah, de alguma forma, "impresso" em "nosso" "etos", saca?

Nem sempre burlar eh esconder, as vezes o jeito mais facil de fazer a "nova revolução0" anarquista é justamente fazer questão de "incorporar-se" de alguma forma ao mecanismo. E isso, em minha opinião, não é uma tática nada nova!

Beijos, saude e anarquia!

Diego
anarcopunk.org

Anônimo disse...

michel foucault:

"Os indivíduos se dividem em duas categorias:

os ordinários e os extraordinários. Os ordinários são pessoas corretas, que vivem na obediência e gostam de ser obedientes.

Já os extraordinários são os que criam alguma coisa nova, todos os que infringem a velha lei, os destruidores...

Os primeiros conservam o mundo como ele é, os outros movem o mundo para um objetivo, mesmo que para isso precisem cometer um crime."

Anônimo disse...

Ha, ha, ha...

Seria maravilhoso um mundo assim, com dois ou até três tipos de gente. ha, ha, ha... bulhufas filosóficas poéticas.

Nunca imaginei Foucault afirmando tal insanidade.

O fã dele que comentou anteriormente poderia ao menos citar a fonte de onde tirou essa falácia.

JH disse...

Grande Baqueiro!

O blog está excelente. Parabéns!

Vou continuar acompanhando as atualizações.

abs

Anônimo disse...

Rodion Românovitch Raskólnikov*:

"Os indivíduos se dividem em duas categorias:

os ordinários e os extraordinários.

Os ordinários são pessoas corretas, que vivem na obediência e gostam de ser obedientes.

Já os extraordinários são os que criam alguma coisa nova, todos os que infringem a velha lei, os destruidores...

Os primeiros conservam o mundo como ele é, os outros movem o mundo para um objetivo, mesmo que para isso precisem cometer um crime."


* personagem principal do livro Crime e Castigo de Fiódor Dostoiévski, publicado em 1866.

Ele também é referido no romance pelo dimunutivo de seu primeiro nome, Ródia ou Rodka.

O nome Raskólnikov, o mais usado na narrativa, provém da palavra raskolnik que significa "cisão" ou "cisma", caracterizando o personagem como cindido e atormentado.

in: wikipedia

College of Science qassim disse...


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