quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Subjetividades no Tema Vigilância

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Com as novas tecnologias de vigilância, a privacidade torna-se mais subjetiva do que nunca. O público e o privado se confundem, às vezes, com nossas próprias autorizações. As relações de poder e prazer se interpõem uma a outra.

Prazer no sentido anotado pela professora da UFRJ, Fernanda Bruno, outra pesquisadora do tema Vigilância, brasileira e nossa contemporânea (já citada em uma das postagens aqui criadas).

Para ela a vigilância em nossa sociedade vai se naturalizando através de todo um manancial tecnológico.


Reportagem da TV Bandeirantes citada em Comentário do dia 29/11

Objetos concretos como as câmeras de segurança, os celulares com câmeras, ou canetas espiãs, ou os velhos microfones, se misturam a elementos do ciberespaço como redes sociais (Orkut, Myspace) e sites de compartilhamento de fotos ou vídeos (Flickr, YouTube), formando um emaranhado complexo onde o espetáculo, o voyeurismo, e o exibicionismo se confundem com a vigilância propriamente dita.

O caráter multifacetado da vigilância se faz notar nos afetos que hoje mobili-za: se por um lado ela se justifica ou se exerce pelo medo e pela promessa de segurança, ela também mobiliza ou expressa todo um circuito de libidos, prazeres e desejos. Devemos lembrar que a vigilância não é apenas herdeira da cinzenta maquinaria industrial-disciplinar, da empoeirada burocracia estatal e das luzes esclarecidas do Iluminismo. A vigilância também herda as cores e os prazeres da cultura do espetáculo que floresce junto com as cidades modernas.
No começo do anos 90, mesmo sem parte desta grande parafernália de dispositivos de vigilância, Giles Deleuze, já se posicionava em relação a elas. Para ele todo o quadro de novas tecnologias de observação e controle já apontavam para o processo de construção de uma Sociedade de Controle.

Nesta sociedade (quando ele escreveu os computadores pessoais estavam engatinhando, em relação à velocidade de processamento, mas já havia a existência de algumas redes telemáticas) o poder “seria cada vez mais ilocalizável, porque disseminado entre os nós das redes. Sua ação não seria mais vertical, como anteriormente, mas horizontal e impessoal”.

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